quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar...

Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve musica,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão e o seu redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando o indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforco muito maior que o simples facto de respirar.


-- El Pablito Neruda

1 comentário:

Kika disse...

"(...)Somente a paciência ardente fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade."

...

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